P.S.: Esta resenha pode conter spoilers de "O príncipe cruel"
SINOPSE: Após a revelação de que Oak é o herdeiro dos imortais, Jude precisa manter seu irmão mais novo em segurança. Para fazer isso, ela ligou o rei perverso, Cardan, a ela, e tornou-se o poder por trás do trono. Navegar pelas constantes alianças políticas dos imortais já seria difícil se Cardan fosse fácil de controlar. Mas ele faz tudo em seu poder para humilhá-la e miná-la, mesmo que seu fascínio por ela permaneça inalterado. Quando fica muito claro que alguém próximo a Jude quer traí-la, ameaçando sua vida e as vidas de todos que ela ama, Jude deve descobrir o traidor e lutar contra seus próprios sentimentos complicados por Cardan manter o controle como uma mortal na terra das fadas.
Após a coroação forçada de Cardan, conseguida através de seu controle sobre ele, Jude se torna a conselheira do rei, colocando-a por dentro de todos os assuntos e interesses do reino, além de proporcionar a ela uma posição de poder, como ela queria. mas será Jude capaz de controlar esse poder recém adquirido? Sera ela capaz de impedir um golpe pelo poder?
O poder é muito mais fácil de ser adquirido do que sustentado.
Jude continua manipuladora e controladora como no primeiro livro, mas agora possui muito mais poder e as vezes acaba se perdendo nisso, o que torna o livro fascinante. Como uma mortal em meio a um universo imortal, ela utiliza de toda sua esperteza para se manter no poder.
No livro, embora Jude pareça cruel e perversa, existem muitos pontos de fragilidade nítida. Ela é uma mortal, uma garota, que agora está sozinha e afastada de sua família, e que possui muitas incertezas e medos, principalmente em relação a Cardan. Tornando o livro longe, mas ao mesmo tempo muito perto do mundo real.
Eu ouvi dizer que, para mortais, a sensação de se apaixonar é parecida com a de sentir medo. Seu coração bate mais rápido. Seus sentidos ficam mais alertas. Você se sente desnorteada, até um pouco tonta. Estou certo?
Jude se vê em meio a corte das sombras e do conselho, sempre tentando firmar sua posição em ambos, o que a coloca em uma situação de incerteza. Principalmente, quando Cardan se incomoda com o poder que ela tem sobre ele, e uma hora parece gostar dela e outra hora parece detestá-la. Nenhum dos dois parece entender o que ocorre entre si, o que torna tudo muito mais interessante.
“Se você é a doença, eu suponho que você também não possa ser a cura”
O personagem mais bem feito da série com certeza é Cardan. Ele é incrivelmente bem construído. Com sua personalidade cruel e fria, mas ao mesmo tempo confusa, é quase impossível entendê-lo. Ele possui momentos de frieza, seguidos de momentos de entrega. Momentos de crueldade, seguidos de momentos de gentileza. Ele tem um coração selvagem pelo poder, assim como Jude. Ele é mil personagens em um. E isso é o que mais amo nele.
Esse livro realmente me surpreendeu, porque embora Jude e Cardan tenham um relacionamento perturbado, a autora em momento nenhum faz dos personagens abusivos. Ambos são cruéis, frios, e anseiam pelo poder. A vulnerabilidade de ambos é rara, enquanto que a crueldade cresce a cada página. Essa linha de crescimento dos personagens torna a leitura alucinante, e talvez, em meio a todo esse caos, a linha de ambos possa se cruzar.
"Me beije de novo, me beije até que eu me canse disso"
Holly Black conseguiu criar um mundo maravilhoso e encantar os leitores em cada página. Agradeço a autora por construir um romance em segundo plano que deixa a todos ansiosos por mais. Esse livro definitivamente me cativou, principalmente com o final revoltante que tem, característica da autora.
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Título: O Rei Perverso
Autor (a): Holly Black
Editora: Galera Record
Páginas: 308
Ano: 2020
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