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  • Foto do escritorCarolina Schmitt Testoni

RESENHA: O CEIFADOR

SINOPSE: A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria… Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a "arte" da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão - ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais -, podem colocar a própria vida em risco.



Esse foi o primeiro livro do autor com o qual eu tive contato, e confesso que fiquei bem impressionada. Quando comecei a ler, fiquei com medo de acabar sendo mais um livro que vai do nada pra lugar nenhum, mas o que aconteceu foi o contrário. O livro traz uma lição de moral impressionante e que me deixou interessada em saber como o autor vai continuar essa série incrível.


A morte torna todos iguais.

O livro nos leva a refletir sobre a importância da vida, sobre como o mundo é corruptível e de como, mesmo com boas intenções, a maldade está profundamente inserida em nosso mundo.


Boas intenções pavimentam muitas estradas. E nem todas levam ao inferno.

Em um futuro não muito distante, a morte natural não é mais um problema e governos não são mais necessários. A imortalidade foi alcançada, através de um incrível avanço na ciência, deixando o mundo sobrecarregado. Devido a isso, foram criadas outras formas para controlar o aumento populacional, os ceifadores. E para comandar esse novo mundo, foi criada uma inteligência artificial, denominada "nuvem", que é capaz de pensar por si só, e que pode ver tudo que acontece no mundo como um ser onipresente. Após a Nimbo-cúmulo, a desigualdade financeira foi redistribuída, a fome foi deixada pra trás, e a morte passou a ser do encargo dos ceifadores.


2042 é o ano em que vencemos a morte e também quando paramos de contar (...) Assim que a imortalidade foi alcançada, a passagem do tempo perdeu a importância.

Os ceifadores são os únicos capazes de acabar com a vida de alguém. Qualquer acidente ou tentativa de suicídio ou assassinato, levaria a pessoa a ir para um centro de revivicação, onde era curada e voltava a vida quase que imediatamente. Eles seguem regras e normas para manter a ética e a humildade de um trabalho considerado sagrado por eles. Cada ceifador tem de usar um manto e um anel, para que sejam reconhecidos, e, interferir no trabalho deles é um crime imperdoável.


Antes o fim da vida humana ficava nas mãos da natureza. Mas nós as roubamos. Agora temos o monopólio da morte. Somos seus únicos fornecedores.

Com personagens adolescentes que estão tentando se encontrar em meio aos ceifadores, a leitura do livro se torna leve e fluida, já que os leitores vão conhecendo esse mundo junto aos personagens.


Temos, como personagens principais Citra e Rowan, dois adolescentes de mundos completamente diferentes, que após presenciar uma coleta e demonstrarem coragem e compaixão, atraíram a atenção de um ceifador importante. A partir daí, a vida deles mudou completamente.


A esperança diante do medo é a motivação mais forte do mundo.

Ambos foram convidados para serem aprendizes de ceifador. E agora entrarão em um mundo onde serão responsáveis por colher vidas durante a eternidade, ou, se falharem, voltar as suas vidas comuns. Mas será que após todo treinamento e conhecimento sobre milhares de formas para tirar vidas de alguém, conseguirão perdoar a si mesmos? Será que conseguirão salvar suas almas ou a escuridão em seu coração será tão grande que não haverá salvação para nenhum dos dois?


A morte deixava de ser coleta a partir do momento que o ceifador se tornava insensível ao ato de coletar.

A evolução de ambos os personagens é espetacular. Para ser sincera, nunca li um livro no qual os personagens crescessem tanto em tão poucas páginas. O autor conseguiu me fazer SENTIR a angústia de cada um dos personagens e de TEMER pelo futuro de sua consciência.



O livro é repleto de plot twists incríveis, e que me fizeram surtar (pra variar) inúmeras vezes. Confesso que até mais ou menos a metade do livro é algo mais descritivo, mas depois, melhor sentar pra ler e se preparar para o TOMBO.


Tem aqueles que buscam a fama para mudar o mundo e aqueles que a buscam para enganar o mundo.

Os capítulos se organizam de uma forma interessante, que alterna entre a visão de Rowan e Citra, dois aprendizes de ceifadores, que nos contam suas inseguranças e paixões, e ao final de cada capítulo, temos páginas dos diários de seus professores, para nos mostrar como eles veem a própria contribuição para o mundo.


O mundo tende a recompensar com fama o mau comportamento.

"O Ceifador" é um livro que com certeza indico para qualquer leitor. É simplesmente incrível, e agora está entre os meus favoritos. Mal posso esperar para ler a continuação.


Título: O Ceifador

Autor (a): Neal Shusterman

Editora: Seguinte

Páginas: 448

Ano: 2017

Nota: 5,0


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