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  • Foto do escritorCarolina Schmitt Testoni

RESENHA: CRAVE A MARCA

SINOPSE: Em um planeta onde a violência e a vingança imperam, em uma galáxia onde alguns são afortunados, todos desenvolvem habilidades especiais – o dom-da-corrente – um poder único para moldar o futuro. Enquanto a maioria se beneficia desses dons, Akos e Cyra não. Seus dons-da-corrente os tornam vulneráveis ao controle dos outros. Será que vão conseguir recuperar o controle de seus dons, de seus destinos e das próprias vidas, e ainda instaurar o equilíbrio de poder no mundo? Cyra é irmã de um tirano brutal que governa o povo de Shotet. Os dons especiais da jovem causam dor, mas trazem poder – algo explorado por seu irmão, que a usa para torturar seus inimigos. Mas Cyra é muito mais do que uma arma na mão do irmão: ela tem uma resistência fora do comum, o raciocínio rápido e é mais esperta do que ele imagina. Akos vem de Thuvhe, a nação amante da paz, e a lealdade à sua família não tem limite. Mesmo protegido por um dom especial incomum, Akos não evita que ele e seu irmão sejam capturados por soldados inimigos shotet. Akos se desespera e quer resgatar o irmão vivo, não importa a que custo. Quando Akos é empurrado para o mundo de Cyra, a inimizade entre seus países e famílias parece intransponível. Acreditando ser a única saída, Akos decide se unir a Cyra. Uma união que pode resultar na sobrevivência – ou na destruição de ambos…


"Crave a marca" foi o segundo livro que li com o tema baseado em alienígenas. Veronica Roth conseguiu ultrapassar todas as minhas expectativas com esse universo incrível. Nesse livro, a autora cria um mundo que gira em torno da "corrente". A corrente está presente em tudo que está vivo, e nos seres de cada planeta, ela é responsável por conceder dons incríveis e únicos. Esses dons são baseados na personalidade de cada um e são informados quando a corrente acredita que a pessoa está pronta para lidar com seus dons.


A corrente flui através de cada planeta na galáxia, entregando-nos a luz como lembrança de seu poder.

A história começa no planeta de Thuve, que é dividido em thuvesitas, que são pacifistas e vivem na parte do planeta que é coberta de gelo, e os shotet, que são acumuladores que procuram coisas que outros planetas consideram inúteis e reciclam para utilizar da melhor forma que conseguirem. Os shotet eram inicialmente nômades, indo de planeta em planeta em busca de objetos, mas hoje, consideram sua moradia fixa em Thuve, e exigem seu reconhecimento como nação. Porém, há uma enorme tensão entre os dois povos devido a um acontecimento no passado que ainda é uma história mal contada.


Não há lugar para honra na sobrevivência.

Entre os muitos dons que são concedidos, temos os oráculos. Cada planeta tem três, o ascendente, o atuante e o descendente. Os oráculos são responsáveis por informar a população de suas fortunas, que são os papéis que cada cidadão terá no futuro de sua nação. Poucos cidadãos tem fortunas, e aqueles que as possuem correm um grande risco.



Logo de início somos apresentados a Akos Kereseth, um thuvesita que é filho do oráculo de Thuve. Akos é apenas uma criança e ainda não sabe qual seu dom. Mas, após a divulgação das fortunas das famílias, ele e sua família são colocados em risco, principalmente porque Rysek, soberano dos shotet, acaba descobrindo que a fortuna dos Kereseth podem prejudicar seu futuro, e acaba sequestrando Akos e seu irmão mais novo. Forçando-os a viver como servos em sua casa.


Akos se vê em meio ao território inimigo, mas não vai deixar de lutar até conseguir tirar seu irmão das garras de Risek, mesmo que isso o mate no processo. É definitivamente um personagem incrível e corajoso que conquistou meu coração neste livro. Ele sabe exatamente a coisa certa a se dizer, e não deixa se quebrar por quem quer que seja. Tudo que importa é sua família.


Aprendi que o mundo não se torna justo apenas porque você precisava que ele fosse assim.

Por outro lado, temos Cyra, irmã de Risek, uma shotet temida por todos devido ao seu dom de afligir dor àqueles que a tocarem. Cyra e Akos possuem poderes contrários, enquanto a corrente corre livremente dentro de Cyra, Akos não sente nada da corrente e pode anular os poderes de qualquer um, o que o leva a ser servo de Cyra, ajudando-a com a dor que sente devido ao seu poder.


Cyra realmente me surpreendeu, e é com certeza minha personagem favorita do livro. Ela é corajosa, forte e resiliente. Imagine viver a vida com dor e sem poder ser tocada por ninguém sem que você acaba machucando a ambos? Mesmo com tudo isso, Cyra ainda sim é íntegra, o que a fez uma das minhas top personagens da vida.


Posso ter dor, mas não sou fraca. Você é conveniente, mas não é necessário, entendeu?

Os dois são inimigos mortais, mas até que ponto um povo conhece o outro? Neste livro incrível de Verônica Roth, somos colocados em meio a uma situação que mostra que nem tudo o que parece é, e que nem tudo que acreditávamos é realmente a verdade.


- Você acha que sou bruta porque foi o que ouviu sobre mim. Bem, e o que ouvi sobre você? Que tem pele fina, é covarde, é idiota?
- Você é uma Noavek, a brutalidade está em seu sangue.
- Eu não escolhi o sangue que corre em minhas veias. Do mesmo jeito que você não escolheu seu dom, sua fortuna. Você e eu, nós nos tornamos o que era esperado de nós.

A narrativa é alternada entre os pontos de vista de Cyra e Akos. É muito bom sentir os desenvolvimentos dos personagens, que antes tinham mentes tão fechadas, mas que, pela amizade, acabam abrindo o coração um para o outro.


Você é como o silêncio.

Título: Crave a marca

Autor (a): Verônica Roth

Editora: Rocco Jovens Leitores

Páginas: 480

Ano: 2017

Nota: 4,2

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